Eu sempre ouvi que devemos confiar nas pessoas com quem trabalhamos. Que essa é uma conquista importante.
E eu não discordo.
Porém, percebo que existe algo que precisa acontecer antes de que possamos confiar em outros profissionais. E isso é que confiemos em nós mesmos. Na nossa capacidade, nas nossas habilidades.
Recentemente, conquistei a oportunidade de participar de um dos mais importantes mestrados em Turismo no mundo, o EMTM. Uma iniciativa da União Europeia que permite que os alunos estudem em pelo menos 3 países diferentes, estudando em Universidades reconhecidas em diferentes campos de estudo. Além disso, é um mestrado com foco profissional e, apesar de conservar o rigor científico, tem como objetivo principal formar alunos que estejam aptos a entrar no mercado e aplicar a teoria.
Nesse sentido, visitamos diferentes empresas e segmentos em alguns países – inclusive para além das fronteiras dos países em que vivemos e estudamos, fomos à eventos importantes do Turismo na Europa e prestamos consultorias à empresas. Alguns dos nossos projetos terminavam em artigo científico, muitos deles terminavam em projetos e resultados práticos. Um equilíbrio interessantíssimo.
Vejo que a confiança dos profissionais formados em Turismo aumentava. A minha aumentou.
Foram 2 anos de práticas – além, é claro, das experiências que eu vivi antes e que vivo agora – 2 anos de grandes desafios, de estar constantemente fora da zona de conforto. A língua franca é o inglês – é claro, éramos mais de 24 nacionalidades diariamente em contato. As aulas, os artigos, absolutamente toda a comunicação e os resultados entregávamos em inglês.
Um crescimento absurdo. Intenso. E, quase sem perceber, características, habilidades e o desenvolvimento vinham.
Portanto, sim, é importante que confiemos nos outros profissionais com quem trabalhamos – trabalhar em equipe é, e sempre será, uma das soft skills mais importantes e necessárias em um ambiente de trabalho (mesmo quando esse ambiente é a sala da nossa casa. Talvez, inclusive, mais nessa situação).
Mas confiar em sua capacidade profissional é fundamental – e permite que confiemos nos outros. E a maneira de confiarmos em nós mesmos enquanto profissionais é gerando resultados. É entregando mais do que pedido, fazendo mais do que esperado, é gerando resultados palpáveis para o empregador e clientes, é se atualizando, lendo, estudando e produzindo.
O processo é importante. Mas os resultados são fundamentais. Sem os resultados, o processo é uma estrada sem fim. E uma estrada sem fim não leva à conquista da confiança – nem em si, nem nos demais.
Valorização não. Reconhecimento sim.